Muitas pessoas ainda têm dúvida sobre como funciona o trabalho intermitente, afinal, esta modalidade de emprego é relativamente nova, pois foi introduzida pela Reforma Trabalhista de 2017 no Brasil.
Na prática, ela representa uma flexibilização nas relações de trabalho, permitindo que o empregado seja contratado sem a necessidade de uma jornada fixa, sendo convocado conforme a demanda do empregador.
Neste contexto, emergem diversas questões sobre os direitos garantidos ao trabalhador intermitente e as significativas alterações que essa modalidade trouxe para o mercado de trabalho.
Justamente por isso é essencial entender como funciona o trabalho intermitente e suas particularidades, tanto para empregadores quanto para os empregados, a fim de assegurar que a flexibilidade não se sobreponha à proteção dos direitos laborais.
O que é trabalho intermitente?
O trabalho intermitente, previsto na CLT, é um regime que permite que o colaborador trabalhe ocasionalmente para uma empresa, recebendo por hora e tendo direitos trabalhistas garantidos, exceto o seguro-desemprego.
Além disso, o colaborador não tem horários fixos e pode atuar em outras empresas durante o período inativo, pois a lei impede a exclusividade no contrato.
Como funciona o trabalho intermitente?
O trabalho intermitente funciona com um contrato por escrito, especificando o valor da hora trabalhada, que deve ser no mínimo o salário mínimo horário ou o salário dos demais empregados da mesma função.
E durante o período de inatividade, o trabalhador não está à disposição do empregador e pode prestar serviços a outros contratantes.
Além disso, para entender como funciona o trabalho intermitente na prática, é preciso ter em mente que conforme o artigo 452-A da CLT, o empregador deve convocar o empregado com pelo menos três dias de antecedência, informando a jornada de trabalho.
Neste cenário, o empregado tem um dia útil para responder e a ausência de resposta é considerada uma recusa.
No mais, se o empregado aceitar a oferta e uma das partes descumprir o acordo sem justificativa, deverá pagar à outra parte uma multa de 50% da remuneração devida, em até 30 dias, possibilitando compensação no mesmo prazo.
Qual o prazo do contrato?
Segundo a legislação que regula o trabalho intermitente, não há um período mínimo ou máximo para este tipo de vínculo empregatício, tanto para o empregador quanto para o empregado.
Um aspecto relacionado a prazos é quanto a convocação do profissional.
Neste caso, a empresa deve contatar o funcionário com, no mínimo, 72 horas de antecedência ao início das atividades.
Essa convocação deve ser feita de maneira que permita um registro, como e-mail ou mensagem de texto, para possíveis comprovações futuras, e o funcionário tem até 24 horas após a convocação para aceitar ou recusar.
Quantos dias no mês o intermitente pode trabalhar?
No contrato de trabalho intermitente, não há um período mínimo de trabalho exigido.
No entanto, o trabalhador deve seguir as regras da CLT, limitando-se a 8 horas diárias (com exceções previstas em lei), 44 horas semanais e 220 horas mensais.
A duração do trabalho pode ser definida em horas, dias, semanas ou meses, desde que a carga horária não seja excedida e que haja interrupções entre os períodos de trabalho.
Quais os direitos de um trabalhador intermitente?
Para que você entenda melhor como funciona o trabalho intermitente, abaixo listamos os direitos de um trabalhador desta modalidade.
Registro
Segundo a Portaria nº 349 de 23 de maio de 2018, que regulamenta a Lei nº 13.467/2017, o contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e registrado na carteira de trabalho do profissional.
Salário justo
O valor do salário acordado, seja por dia ou por hora, não pode ser inferior ao valor diário ou horário do salário mínimo vigente na época da contratação.
E ele também não pode ser inferior ao salário pago a outros funcionários da empresa que desempenham a mesma função.
Além disso, ao abordarmos como funciona o trabalho intermitente, o pagamento deve ser realizado na sua totalidade, incluindo todos os benefícios legais.
No mais, o pagamento deve ocorrer imediatamente após o término de cada período trabalhado, ou no máximo em até 30 dias após o primeiro dia trabalhado.
Recolhimento de FGTS e INSS
A empresa deve recolher o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) da mesma forma que para os outros funcionários efetivos.
E aqui, a contribuição é baseada no total pago durante um mês.
Assim, após o recolhimento, o empregador deve fornecer um comprovante ao empregado.
Férias
O contrato de trabalho intermitente garante o direito a férias.
Então, quando o assunto é como funciona o trabalho intermitente quanto ao descanso, o trabalhador tem direito a 30 dias de férias a cada 12 meses trabalhados para a empresa, podendo dividir esse período em até três partes.
Durante as férias, a empresa não pode convocar o trabalhador, mas as férias não são remuneradas, pois os valores correspondentes já foram pagos proporcionalmente ao final de cada convocação.
Leia também: Como somar as férias – Guia completo de como calcular os dias de descanso!
Outros benefícios
Os demais benefícios, como 13º salário, horas extras, adicionais legais, comissões, gratificações e repouso semanal remunerado, devem ser pagos proporcionalmente junto com o salário acordado.
E o colaborador deve receber um detalhamento de todos os pagamentos, garantindo transparência na relação de trabalho.
O que mudou com a nova lei de trabalho intermitente?
Com o modelo de trabalho intermitente, as empresas ganharam a flexibilidade de contratar trabalhadores sem uma carga horária mínima definida.
Antes, os contratos de trabalho exigiam o cumprimento de 44 horas semanais ou, em casos de carga parcial, 25 horas semanais, conforme regulamentado pela CLT.
Esse novo modelo permite a celebração de contratos de prestação de serviços com subordinação para períodos pré-estabelecidos, oferecendo maior adaptabilidade para atender demandas específicas e pontuais das empresas.
Além disso, o trabalho intermitente possibilitou que os profissionais atuem ao mesmo tempo para diversas empresas, desde que respeitem a carga horária acordada previamente com cada uma delas.
Contrato intermitente: vantagens e desvantagens
Abaixo citamos as vantagens de como funciona o trabalho intermitente.
- Flexibilidade de carga horária.
- Possibilidade de múltiplos contratos.
- Diversidade de profissionais.
- Subordinação durante o trabalho.
Entretanto, também existem algumas desvantagens de como funciona o trabalho intermitente. Confira na sequência.
- Risco de disponibilidade.
- Período de inatividade.
Conclusão
Hoje nos dedicamos a explicar a você como funciona o trabalho intermitente, uma forma de trabalho introduzida pela Reforma Trabalhista de 2017 que oferece flexibilidade ao empregado.
Como você viu, neste modo o profissional é convocado conforme a necessidade do empregador, sem uma jornada fixa.
Na prática, essa modalidade trouxe mudanças significativas ao mercado de trabalho, garantindo direitos como carteira assinada e pagamento proporcional pelas horas trabalhadas.
Entretanto, é essencial entender como funciona o trabalho intermitente e suas nuances, para equilibrar a flexibilidade com a proteção dos direitos laborais, beneficiando tanto empresas quanto trabalhadores em um novo paradigma de contratação.
No mais, lembre-se que a RwTech oferece soluções avançadas de controle de ponto, ideal para empresas adaptarem-se ao trabalho intermitente, garantindo conformidade e eficiência na gestão de recursos humanos.
Willow é Coordenador de Marketing na RwTech. Apaixonado em criar conexões entre pessoas e marcas. Especialista nas soluções de registro e gestão de ponto da RwTech.